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Entrevista Valete - A peça fundamental do underground Tuga


A primeira vez que falei com o Valete, a resposta foi: "ahaha poes os meus albuns pa download e ainda keres k participe :P ". Por incrivel que pareça, ainda tive mais vontade de o entrevistar =D O resultado é este que vocês podem conferir em baixo.O download das músicas foi autorizado pelo próprio.Leiam com atenção e guardem este momento, porque raramente acontece 2 vezes.


És um dos rappers underground mais respeitados de Portugal e ínspiras muita gente. Mas quem te inspira a ti?

Realmente hoje para mim é mesmo muito difícil ser inspirado por outros rappers. Mas inspiro-me com filmes, conversas entre pessoas, coisas que me acontecem na vida, livros etc.


Gostaria de saber o que achas do nosso HipHop hoje em dia. Está bem? Ou está a tentar seguir as pisadas do HipHop dos EU, que tem como objectivo só invadir as tvs?

Acho que o bom rap tuga é cada vez mais autêntico. E acho que estamos a chegar a uma fase bonita em que muitos dos nossos rappers mais relevantes estão a chegar a um pico de maturação importante. Rap tuga vai ficar ainda melhor.


Existem HipHopers que arriscam misturar HipHop com outros ritmos, como os Makongo (HH + Kuduro), Boss Ac (Fado com a Mariza). O que pensas disso? O hip hop pode e deve ser "misturado"?

Sem dúvida. A cultura hiphop defende essa manifestação de liberdade. E a cultura de samplar no rap sempre marcou essa tendência de se misturar com outros estilos musicais. Eu aplaudo muito isso quando é bem feito e inovador. Acho que a música chega a outros patamares quando descobre coisas que ainda não se conhecia, e isso consegue-se muitas vezes através de mistura de estilos musicais.


Continuas fiel ao underground desde sempre. Nao veriamos o Valete num tema mais comercial para as mtvs e cidade FM?

O que te posso garantir é que nunca farei uma música que não sinta. Eu sentindo a música , aceito que ela toque e passe em qualquer lugar. Mas nunca farei uma música só com o intuito de passar na MTV ou na rádio cidade. A minha música sai sempre da alma primeiro, depois disso quanto mais longe chegar e enquanto mais sítios passar melhor.


Para ti uma música tem de ter um bom beat e uma boa mensagem, ou achas que um pode sobreviver sem o outro?

Um pode viver sem o outro. Eu oiço muitos sons só porque gosto do beat, e ás vezes não gosto nada do mc ou da letra, assim como também oiço sons em que o mc é bom e o beat é muito fraco, mas obviamente que o ideal é ter as duas coisas. Neste caso eu não diria ter mensagem, neste caso diria ter uma boa interpretação e uma boa letra, porque nem toda a música tem que ter mensagem.


Diz-me um Dj, rapper, writer e b-boy que achas que está a fazer um bom trabalho em prol do HipHop.

As outras vertentes, estou a par mas não as sigo muito de perto, por isso não seria a melhor pessoa para falar delas. Mas em relação ao rap tens aí um bom número de rappers que estão a representar mesmo bem o movimento.


O quê que TU fazes pelo movimento, pra mantê-lo vivo?

Em primeiro, acho que o facto de ainda estar a rimar é por amor ao HipHop. Já tive vários momentos em que pensei deixar de fazer rap, e foram amigos e o amor a isto que me manteve aqui. Depois tento sempre partilhar as coisas que sei com as pessoas através do meu blog no myspace e através de uma participação que faço na Rádio Zero no programa Rapresentar, também tenho a editora Horizontal e espero no futuro participar em mais coisas e apoiar mais projectos que possam fortificar o movimento.


Vamos falar um pouco sobre o teu novo álbum. O que podemos esperar deste novo trabalho? Vai ter participações?

É um álbum diferente de tudo o que já fiz. Eu oiço rap há quase 20 anos e nesta altura quase nada me cativa, quase nada no rap me inspira, então a ideia que eu tinha para este álbum era de fazer um álbum com um feeling diferente de todos os ábuns que já ouvi na minha vida. Este álbum vai ter um feeling muito áudio-visual, por isso é mais que música, é muito cinematográfico também. Tenho ainda gente para confirmar, mas até agora já conto com o 2 caras, Bónus, Sam the kid, José Mário Branco, Tamin, Dino, Virgul…e produtores como Dário, NelSentimentum, Nave, Conductor, Sam etc.


Que tipo de mensagens queres passar aos teus ouvintes?

Tenho sempre muita coisa para dizer, sobre vários assuntos, mas o álbum é conceptual. Chama-se Homo Libero ( Homem Livre) e tem como temática dominante a nossa libertação humana. Reflectir com as pessoas para elas questionarem-se se são realmente livres, se são realmente felizes. No fundo é o mais importante da vida. Ser livre.


Achas que a nossa sociedade ainda tem tantos podres (racismo, pedofilia, violência) que é preciso alguém como tu para tocar na ferida e abrir os olhos das pessoas para o que se passa?

Para mim agora mais importante do que tocar em temas como esses superficialmente, é abordar os temas e fazer as pessoas reflectir o porquê de sermos racistas, violentos, machistas etc. Ou seja, uma abordagem mais profunda e menos tradicional.


Alguma vez sofreste algum tipo de voilência por falares a verdade?

Física nunca, mas já fui ameaçado obviamente. Mas é engraçado que quando isso acontece apetece-me sempre ser ainda mais duro nas palavras. O medo é o maior inimigo da liberdade de expressão. E isso é uma merda que eu nunca abdicarei. Até porque o Valete deixa de fazer todo o sentido sem essa liberdade, por isso para me pararem só mesmo com balas.


Deixa uma mensagem para os teus fãs e leitores do Nação HipHop.

Quero mesmo que me sigam nesta altura. O meu álbum vai marcar um ponto muito importante na minha trajectória e gostava mesmo que as pessoas se envolvessem no projecto e que o apoiassem . Um só caminho.


Entrevista feita por Andreia Quaresma




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